Na palma da mão tenho um rasgo
Que por tanto tempo observo.
Dos meus olhos saltam faíscas
Que queimam a grama onde piso.
Na palma da mão tenho um rasgo
E mesmo agora que comecei a escrever
A sangria continua
Escorrendo caneta abaixo
Manchando com letras vermelhas
O pálido branco do papel e do caderno
Pois o corte continua palma da mão acima
Em forma de veia viciada
Onde corre uma estrada esverdeada
Será do catarro e da comida que vomito
O verde da grama onde piso?
As solas dos meus pés derretidas
Ungidas como sementes na terra
Cujo sol vermelho brilha
Dentro de cada casa agora vazia
Dentro de cada consciência expandida.