quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A MENINA QUE QUERIA VOAR

Era uma vez uma menina que queria aprender a voar. Ela passava horas e horas admirando os pássaros e as borboletas, suspirando e sonhando para que chegasse logo o dia em que aprenderia a voar. Ela tentou inúmeras vezes saltar do alto de penhascos, prédios e escadas e sair voando, mas o máximo que conseguiu foi uma coleção de pinos espalhados pelo seu pequeno e frágil corpo. Ela visitou bruxas e médicos especializados, padres, pastores e donos de bar, até o Papa e o presidente dos EUA, receberam a menina que queria aprender a voar, mas nenhum deles tinha a resposta. Ela está soprando no vento – Bob Dylan falou. A pobre menina comprou tudo quanto era remédio que anunciavam na t.v, todos tinham a fórmula secreta que lhe daria poderes para voar, infelizmente nenhum deles funcionou.
Um dia, quando já tinha perdido as esperanças de um dia alçar vôo, a menina que cabisbaixa caminhava por uma rua do centro da cidade começou a voar, ela pensou que estivesse sonhando e beliscou o próprio braço, não era sonho, pensou que talvez fosse o seu chiclete, um chiclete mágico e atirou ele longe como se fosse uma pedra, o chiclete caiu lá embaixo e ela continuou subindo, batendo os braços como se fossem asas, alguns homens ficaram olhando enquanto ela subia – Maldito dia para usar saia – ela disse mandando uma banana para os curiosos lá embaixo. Então ela voou para outros lugares, conheceu outras cidades, visitou seus parentes e voando outra vez, de volta para casa, pousou no alto de uma banca de jornal, um policial atento viu a menina lá em cima e ordenou – Desce já daí – Não desço – ela respondeu – então ele atirou nela com sua automática preta e a menina caiu morta feito um pombo eletrocutado no meio fio e foi assim que terminou a estória da menina que queria aprender a voar.