sexta-feira, 14 de setembro de 2007

PURPLE HAZE

Eu dirigia por uma estrada deserta, já tava de noite quando vi aquelas duas mulheres nuas acenando no acostamento. Parei o carro e elas vieram falar comigo, eram gostosas e gesticulavam, pelo que entendi eram mudas, estavam perdidas e procuravam um lugar onde pudessem passar a noite. A mais alta tinha longos cabelos pretos, pele branca como leite e aqueles peitos enormes na minha cara. A outra tinha o cabelo mais curto e castanho, coxas maravilhosas e um sorriso encantador. Entraram. A do cabelo castanho e coxas grandes sentou atrás, a branquinha peituda sentou do meu lado. Parei no posto seguinte, cerca de 15 minutos depois. Enquanto isso a que tava no banco traseiro desabotoou minha camisa e começou a passar as mãos no meu peito. A da frente abaixou o zíper da minha calça e botou a mão lá dentro. Ficaram nessa. As duas. Eu apalpava a peituda, uma mão no volante e a outra na buzina, embora tentasse, não conseguia tocar a que estava no banco de trás. Então elas trocaram um pouco, a do cabelo castanho veio para frente, a outra pulou para trás. Seguimos assim até o posto. Parei o carro e desci, comprei cinco garrafas de vinho. Quando viram as garrafas ficaram mais animadas ainda, quando entrei no carro a coxuda tirou minha camisa enquanto a peituda abria as garrafas, abriu logo três – uma pra cada um, entregou a da amiga, emborcou a dela, coloquei a minha garrafa no assoalho do carro e tirei o resto da roupa, seguimos os três pelados, abrimos todos os vidros, uma brisa suave entrava pela janela, milhares de gafanhotos e vaga-lumes iluminados pelo farol na estrada.
Aumentei o volume do rádio, alcancei a garrafa e tomei uma boa golada, então as duas sentaram na frente, ficamos tão espremidos que logo a do cabelo castanho tava sentada no meu colo, eu sacudia e pisava fundo e virara longos goles de vinho direto do gargalo, elas também. Jimi Hendrix tocando Purple Haze no rádio, no último volume, só uma estrada deserta desenrolando-se à nossa frente. Então foi a vez da branquinha do cabelo preto sentar no meu colo, a das coxas grandes pulou para o banco traseiro e logo voltou para frente com duas outras garrafas abertas. Passaram-se mais ou menos quarenta minutos, eu sacudia e pisava fundo. Elas sacudiam também e galopavam. Chegamos em um hotel de beira de estrada. Descemos os três, a do cabelo preto virara o ultimo gole de vinho da ultima garrafa.
- Vocês não poderão passar a noite aqui desse jeito – falou o recepcionista com cara de Norman Bates. A do cabelo castanho não parava de rir.
- Olha cara – eu tentei explicar – A gente tava numa praia e perdemos nossa roupa, será que.... – Lamento senhor, mas nem fodendo – ele interveio.
Fomos para fora, era uma quente noite de verão. Havia uma enorme plantação de trigo naquela região do hotel, as duas mulheres começaram a correr entre a plantação, corri atrás delas, agarrei a morena, caímos no chão, rolamos, a outra veio e rolou com a gente também.
Na manhã seguinte, voltamos para o carro, vesti minhas roupas. Estávamos todos em silêncio. O rádio desligado. Então a do cabelo castanho gesticulou que precisava descer, estávamos perto da casa dela, parei o carro no acostamento, descemos e nos despedimos. Ela chorou e tudo. Prometi escrever-lhe uma carta.
Mais pra frente foi a vez da Cabelos Negros saltar. Prometi escrever-lhe uma carta também.
Olhei pelo retrovisor e ela continuava lá, parada no acostamento, cada vez mais distante, até sumir de vez.
Continuei seguindo sozinho pela estrada deserta. Guardava o endereço das mulheres no bolso. Devo ter andado cerca de vinte minutos quando avistei uma freira acenando no acostamento. Buzinei para ela e passei direto. Liguei o rádio outra vez e adivinha que som tava rolando?